quarta-feira, 21 de maio de 2014

Pelos caminhos da linguagem


Preliminares


Como o nome indica, o objetivo deste blog é tratar de questões relacionadas à linguagem. Assim vários  assuntos podem entrar em pauta: desde a natureza da linguagem até suas relações com a sociedade, com a neurologia, com o aprendizado. Mas pode-se também enveredar por aspectos referentes à estrutura de uma língua, a seu funcionamento e uso.
Assim, nosso propósito aqui é, tendo a linguagem como escopo, tratar dos mais diferentes aspectos que dizem respeito a ela. Portanto, o blog se direciona, sobretudo, às pessoas curiosas acerca da área. Acredito que terá pouca serventia aos especialistas nos estudos lingüísticos.
Antes de abordarmos mais especificamente o assunto, tratemos de uma informação que se obtém pela neurologia: segundo o departamento de neurobiologia da Universidade de Chicago, em nosso cérebro, as áreas relativas à linguagem encontram-se ao lado esquerdo de nosso cérebro, ao menos em 90% das pessoas.


Para que serve a linguagem?



A resposta é simples: seu objetivo é estabelecer relações entre seres sejam eles humanos ou não, conforme veremos adiante Como manifestações da linguagem, identificamos, grosso modo, a verbal e a não-verbal.
Como exemplo dessa última, podemos citar a empregada na pintura, na música, na arquitetura, na criada para estabelecer relações entre os computadores. Nós, humanos, usamos com frequência a linguagem não-verbal quando nos comunicamos por meio de expressões faciais, da roupa que usamos, de gestos. Há estudos que analisam nossos movimentos corpóreos e seus autores garantem que tais movimentos transmitem mensagens.
Apesar de nos servirmos de vários códigos para nos expressar, a forma mais empregada pelas sociedades humanas continua sendo a linguagem verbal, ou seja, aquela que se apóia nas palavras.


Linguagem humana e linguagem animal



Antes de nos atermos na linguagem humana, é conveniente enveredar um pouco sobre a linguagem usada pelos animais. Muitos se perguntam se não podemos afirmar que os animais posuem uma linguagem, já que as abelhas, formigas, elefantes respeitam um código, de um sistema rigoroso que permite um intercâmbio entre seus elementos.
No artigo intitulado “Linguagem, língua e lingüística”(2002), Petter refere-se a um estudo de Karl Von Frisch, um zoólogo alemão que revela o modo como atua a comunicação entre as abelhas. Pela descrição das atitudes desses insetos, pode-se concluir que eles são capazes de reter, na memória, informações referentes à posição e distância em que um alimento se encontra. Dessa forma, produzem uma mensagem que simboliza os dados a serem transmitidos.
Entretanto, adverte Petter, com base em reflexões de Benveniste, as diferenças entre a comunicação das abelhas e a linguagem humana é considerável (2002:16). Por exemplo:
a.     as abelhas não se expressam por meio de um aparelho vocal, como fazem os humanos;
b.    sua forma de comunicação não gera uma resposta; cria apenas uma conduta. Ou seja, não se estabelece um diálogo, em que a fala de um gera uma resposta no outro; portanto, uma abelha não constrói uma mensagem a partir de outra, como fazemos nós;
c.     o conteúdo da mensagem é único, não varia, não apresenta criatividade como ocorre com a linguagem humana.
Portanto, mesmo que se possa falar em uma “linguagem” animal, ela está distante da flexibilidade e dos traços que caracterizam nossa forma de comunicação.

Na próxima vez, podemos tratar, mesmo que rapidamente, do modo como se estrutura a linguagem humana.


Referência bibliográfica


PETTER, Margarida M.T. 2002. Linguagem, língua e lingüística. In: FIORIN, José Luiz. Introdução à linguistica. São Paulo: Contexto. PP 11-24.                                          

Nenhum comentário:

Postar um comentário