Preliminares
Como
o nome indica, o objetivo deste blog é tratar de questões relacionadas à
linguagem. Assim vários assuntos podem
entrar em pauta: desde a natureza da linguagem até suas relações com a
sociedade, com a neurologia, com o aprendizado. Mas pode-se também enveredar
por aspectos referentes à estrutura de uma língua, a seu funcionamento e uso.
Assim,
nosso propósito aqui é, tendo a linguagem como escopo, tratar dos mais
diferentes aspectos que dizem respeito a ela. Portanto, o blog se direciona,
sobretudo, às pessoas curiosas acerca da área. Acredito que terá pouca
serventia aos especialistas nos estudos lingüísticos.
Antes
de abordarmos mais especificamente o assunto, tratemos de uma informação que se
obtém pela neurologia: segundo o departamento de neurobiologia da Universidade
de Chicago, em nosso cérebro, as áreas relativas à linguagem encontram-se ao
lado esquerdo de nosso cérebro, ao menos em 90% das pessoas.
Para que serve a linguagem?
A
resposta é simples: seu objetivo é estabelecer relações entre seres sejam eles
humanos ou não, conforme veremos adiante Como manifestações da linguagem,
identificamos, grosso modo, a verbal
e a não-verbal.
Como
exemplo dessa última, podemos citar a empregada na pintura, na música, na
arquitetura, na criada para estabelecer relações entre os computadores. Nós,
humanos, usamos com frequência a linguagem não-verbal quando nos comunicamos
por meio de expressões faciais, da roupa que usamos, de gestos. Há estudos que
analisam nossos movimentos corpóreos e seus autores garantem que tais
movimentos transmitem mensagens.
Apesar
de nos servirmos de vários códigos para nos expressar, a forma mais empregada
pelas sociedades humanas continua sendo a linguagem verbal, ou seja, aquela que
se apóia nas palavras.
Linguagem humana e linguagem animal
Antes
de nos atermos na linguagem humana, é conveniente enveredar um pouco sobre a
linguagem usada pelos animais. Muitos se perguntam se não podemos afirmar que
os animais posuem uma linguagem, já que as abelhas, formigas, elefantes
respeitam um código, de um sistema rigoroso que permite um intercâmbio entre
seus elementos.
No
artigo intitulado “Linguagem, língua e lingüística”(2002), Petter refere-se a
um estudo de Karl Von Frisch, um zoólogo alemão que revela o modo como atua a
comunicação entre as abelhas. Pela descrição das atitudes desses insetos,
pode-se concluir que eles são capazes de reter, na memória, informações
referentes à posição e distância em que um alimento se encontra. Dessa forma, produzem
uma mensagem que simboliza os dados a serem transmitidos.
Entretanto,
adverte Petter, com base em reflexões de Benveniste, as diferenças entre a comunicação das abelhas e a linguagem humana é
considerável (2002:16). Por exemplo:
a.
as abelhas não se expressam
por meio de um aparelho vocal, como fazem os humanos;
b.
sua forma de comunicação
não gera uma resposta; cria apenas uma conduta. Ou seja, não se estabelece um
diálogo, em que a fala de um gera uma resposta no outro; portanto, uma abelha
não constrói uma mensagem a partir de outra, como fazemos nós;
c.
o conteúdo da mensagem
é único, não varia, não apresenta criatividade como ocorre com a linguagem
humana.
Portanto,
mesmo que se possa falar em uma “linguagem” animal, ela está distante da
flexibilidade e dos traços que caracterizam nossa forma de comunicação.
Na
próxima vez, podemos tratar, mesmo que rapidamente, do modo como se estrutura a
linguagem humana.
Referência bibliográfica
PETTER, Margarida M.T.
2002. Linguagem, língua e lingüística. In: FIORIN, José Luiz. Introdução à linguistica. São Paulo:
Contexto. PP 11-24.
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