quinta-feira, 5 de junho de 2014

De volta ao texto verbal.

Você sabe para que serve um texto seja ele verbal ou não-verbal?

Exatamente! Para se expressar, para comunicar. Para nós, que pertencemos às sociedades humanas, ele é imprescindível. Bakhtin, um filósofo russo que viveu nos inícios do século passado, sustentava que vivemos atolados em textos: mal saímos de um, entramos em outro. E repare que é assim mesmo! Até nos monólogos interiores ou em nossos momentos de reflexão, fazemos uso de textos.

Sua dimensão não importa. Eles podem ser longos ou curtos. Quando se fala Oba! , por exemplo, a palavra – que é uma interjeição - está sendo empregada para exteriorizar uma sensação. É um texto. Se, ao contrário, é necessário desenvolver sofisticadas idéias que provem convicções acerca de um determinado tema, pode-se produzir uma tese, mas, mesmo assim, um texto.

Entretanto, note que os textos têm de se ajustar ao contexto em que são empregados. Daí dizermos que eles sempre refletem um momento histórico – o que não significa, de modo nenhum, que devam se referir a fatos históricos! Ninguém diria, por exemplo, Em junho, começa o inverno em nosso país, se morasse em alguma região do hemisfério norte; nem diria Neymar é considerado um grande jogador, há trinta anos. Os textos constituem, portanto, o retrato de uma determinada época.

Outro cuidado que devemos ter refere-se ao alinhavo entre os termos que os formam. Textos não são aglomerados de palavras. Ao contrário, essas têm de estar relacionadas umas às outras a fim de que façam sentido para quem os recebe. De que adianta retirar do dicionário dez palavras de uma língua, colocá-las uma ao lado da outra se todas, juntas, não querem dizer nada? Portanto, é imprescindível que um texto transmita um significado.

Mas há outros aspectos que não podem ser esquecidos. É o caso de articular o que queremos transmitir a um determinado formato – ou de tipo - do texto. Quando pretendemos contar uma história para uma criança, fazemos uso de uma narração, que é uma modalidade textual; quando queremos expor algo que sabemos, construímos um texto dissertativo. Se pretendermos defender uma ideia, formulamos uma argumentação;  se o propósito é divulgar um produto, fazemos uso de um texto publicitário. De uma forma ou de outra, em todas as situações, sempre acionamos muitos dos conhecimentos que estão armazenados em nossa memória para que eles possam ser selecionados e combinados entre si.

E há outro ponto fundamental: é o respeito a um determinado código, ou seja, uma língua Caso contrário, não seremos entendidos. Assim, é preciso ter um conhecimento lingüístico  - se pensarmos na linguagem verbal – quer dizer, ter um domínio, mesmo que precário, da estrutura gramatical e lexical (relativa ao vocabulário) de um idioma se quisermos que nosso texto cumpra seu papel.   

Como você pôde perceber, embora produzir ou receber textos seja uma ação trivial, em verdade, essa competência se reveste de uma complexidade de que as pessoas geralmente não têm consciência. São esses aspectos inconscientes que tornam os estudos sobre a linguagem um campo muito instigante.









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