Você sabe para que serve um texto seja
ele verbal ou não-verbal?
Exatamente! Para se expressar, para
comunicar. Para nós, que pertencemos às sociedades humanas, ele é
imprescindível. Bakhtin, um filósofo russo que viveu nos inícios do século
passado, sustentava que vivemos atolados em textos: mal saímos de um, entramos
em outro. E repare que é assim mesmo! Até nos monólogos interiores ou em nossos
momentos de reflexão, fazemos uso de textos.
Sua dimensão não importa. Eles podem
ser longos ou curtos. Quando se fala Oba!
, por exemplo, a palavra – que é uma interjeição - está sendo empregada para
exteriorizar uma sensação. É um texto. Se, ao contrário, é necessário
desenvolver sofisticadas idéias que provem convicções acerca de um determinado
tema, pode-se produzir uma tese, mas, mesmo assim, um texto.
Entretanto, note que os textos têm de
se ajustar ao contexto em que são empregados. Daí dizermos que eles sempre
refletem um momento histórico – o que não significa, de modo nenhum, que devam
se referir a fatos históricos! Ninguém diria, por exemplo, Em junho, começa o inverno em nosso país, se morasse em alguma
região do hemisfério norte; nem diria Neymar
é considerado um grande jogador, há trinta anos. Os textos constituem,
portanto, o retrato de uma determinada época.
Outro cuidado que devemos ter refere-se
ao alinhavo entre os termos que os formam. Textos não são aglomerados de
palavras. Ao contrário, essas têm de estar relacionadas umas às outras a fim de
que façam sentido para quem os recebe. De que adianta retirar do dicionário dez
palavras de uma língua, colocá-las uma ao lado da outra se todas, juntas, não
querem dizer nada? Portanto, é imprescindível que um texto transmita um significado.
Mas há outros aspectos que não podem
ser esquecidos. É o caso de articular o que queremos transmitir a um
determinado formato – ou de tipo - do texto. Quando pretendemos contar uma
história para uma criança, fazemos uso de uma narração, que é uma modalidade
textual; quando queremos expor algo que sabemos, construímos um texto
dissertativo. Se pretendermos defender uma ideia, formulamos uma argumentação; se o propósito é divulgar um produto, fazemos
uso de um texto publicitário. De uma forma ou de outra, em todas as situações, sempre
acionamos muitos dos conhecimentos que estão armazenados em nossa memória para
que eles possam ser selecionados e combinados entre si.
E há outro ponto fundamental: é o respeito
a um determinado código, ou seja, uma língua Caso contrário, não seremos
entendidos. Assim, é preciso ter um conhecimento lingüístico - se pensarmos na linguagem verbal – quer dizer,
ter um domínio, mesmo que precário, da estrutura gramatical e lexical (relativa
ao vocabulário) de um idioma se quisermos que nosso texto cumpra seu papel.
Como você pôde perceber, embora
produzir ou receber textos seja uma ação trivial, em verdade, essa competência se
reveste de uma complexidade de que as pessoas geralmente não têm consciência. São
esses aspectos inconscientes que tornam os estudos sobre a linguagem um campo
muito instigante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário